Mais de uma vez me prometi que retomaria a regularidade das postagens por aqui, mas a vida dá muitas voltas e às vezes quebramos nossas próprias promessas (hoje me confesso como mestra nesse assunto). Por isso cheguei à conclusão que é melhor não fazer promessas, pois a vida é isso: inconstância e imprevisibilidade. O que sempre foi de um jeito muda de uma hora pra outra, o que estava funcionando bem fica esquisito e bagunçado de repente. Com o nosso organismo não é diferente.
Desde o início do ano passado eu vinha tendo uns sintomas gastrointestinais muito severos, barriga inchada feito um balão (todo mundo podia jurar que eu estava grávida!), uma horrível dor abdominal localizada que surgia do nada. O negócio começou a me preocupar, eu não fazia ideia da causa e fui em busca de ajuda médica. Depois de uma peregrinação pelo Sistema Único de Saúde em Nova Friburgo, que me levou até um médico generalista muito grosseiro e de visão acadêmica ultrapassada, passando por uma novela para tentar fazer exames de intolerância à lactose e ao glúten (esse coberto pelo SUS, conforme fui informada pela FENACELBRA) e até fazer alguns exames de imagem que não diagnosticaram nada.
Nesse meio tempo, outros sintomas começaram a aparecer ao longo dos meses: dores
nas articulações e membros (parecia que meus ossos das pernas e braços
estavam quebrados), erupções cutâneas, intensa queda de cabelo, cansaço,
quedas repentinas de pressão arterial. Um pesadelo! Então eu fui em busca do acompanhamento de uma nutricionista, pois eu tinha
uma "certeza intuitiva" que o meu problema todo estava sendo gerado por
alguma espécie de sensibilidade ou intolerância alimentar. Pesquisando na internet tomei conhecimento de muitos relatos similares
ao meu. Em muitos deles foi comum a resistência por parte de alguns médicos em dar a devida importância às queixas dos
pacientes e compreender que a questão merecia de fato ser investigada,
mesmo que os exames fossem "negativos". Em resumo, falta sensibilidade
para com os pacientes.
Por algum motivo meu organismo passou a rejeitar ingredientes que eu antes podia comer: eu suspeitava do leite e do trigo. Mesmo sem um teste diagnóstico comprobatório passei a fazer modificações na minha dieta - com o acompanhamento de uma nutricionista supercompetente que atende na rede pública da cidade - de modo a retirar os ingredientes que potencialmente estariam afetado a minha saúde. Como bem disse minha nutricionista, "a clínica é soberana". E os meus sintomas apontavam para sensibilidade ao glúten, e também à lactose e/ou proteínas do leite.
Felizmente, dei sorte de achar uma profissional competente, que é atualizada e acolheu meus sintomas como algo que merecia atenção. Desde então, comecei a fazer as modificações na minha dieta e observei que meu corpo está se "desintoxicando" aos poucos e a melhora foi significativa ao longo dos meses. E vendo como isso foi fundamental para minha saúde e qualidade de vida, venho buscando aprender, ler e me informar para que eu possa variar meu cardápio sem perder o prazer do bem comer. Tenho buscado receitas que não levem os ingredientes potencialmente prejudiciais para mim, mas que ao mesmo tempo sejam prazerosas de preparar e também apreciar. E tenho criado e adaptado muitas coisas deliciosas...
E aqui estou. Recomeçando. Mais uma vez!