terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Próxima parada: queijo Minas

Na RJ-116 há uma lanchonete, dessas típicas de beira de estrada - só que bem 'limpinha', onde paramos quase sempre para tomar um suco ou fazer um lanche quando fazemos o trajeto Rio - Friburgo (ou vice-versa). Aliás, há um pão de queijo maravilhoso, que vale por uma refeição de tão grande, e é recheado por um pedaço de queijo Minas "da casa". Deliciosamente divino! A lanchonete está localizada nas terras de uma fazenda e por isso é possível fazer uma agradável parada e ficar confortavelmente sentado enquanto contempla o gado leiteiro à sombra de uma frondosa árvore no pasto. Ou ainda enquanto observa os pardais fazendo a "limpeza" do salão ao catar as migalhas que eventualmente caem durante a refeição dos viajantes mais afoitos. Lá também é possível comprar ovos caipiras (de todas as cores) e queijos provenientes da própria fazenda. Por isso, achei muito interessante o artigo "AS leis do queijo", escrito por Rafael Grassi P. Ferreira e publicado recentemente na página da Slow Food Brasil, na coluna "Com a mão no queijo". Fala sobre as normas federais aplicáveis à produção do queijo Minas. Para aqueles que - assim como eu - apreciam queijos de todos os tipos, incluindo o nosso genuinamente brasileiro, típico das terras de Minas, é interessante saber. Mesmo que ninguém se lembre de artigos, parágrafos e incisos na hora daquele lanchinho providencial de beira de estrada. Para ler o texto na íntegra, acesse aqui.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Slow down? Sloow food!

          Nesta primeira postagem do ano, trago a vocês uma ideia bem interessante a respeito de gastronomia e consumo consciente, que tem tuo a ver com minha maneira de pensar e aproveitar a culinária e os ingredientes maravilhosos que a Natureza tem a nos oferecer.
Confesso sem constrangimentos que eu nunca ouvi falar em "slow food", embora eu sempre brincasse a respeito disso, dizendo que era minha maneira de cozinhar (sem pressa alguma, curtindo o ato em si) e de me alimentar (muito lentamente, apreciando a comida, e por isso sempre a última pessoa do grupo de amigos a terminar a refeição). Então, o antônimo de "fast food" era "slow food", eu prefiro assim e pronto! =] Eis que passeando pelo Facebook encontrei uma postagem que me chamou atenção por conter exatamente este termo: "slow food"... Descobri duas coisas: (1) a expressão define um conceito elaborado na década de 80 por um italiano chamado Carlo Petrini [Viram, a expressão não foi 'inventada' por mim, como minha santa ignorância fazia pensar =}] e (2) define um modo interessante de encarar a gastronomia, enquadrando os prazeres da culinária ao contexto social, cultural e ambiental [Essas coisas que instintivamente e intuitivamente valorizo...].

          Lendo a respeito sobre este conceito, me identifiquei em vários aspectos. Segue abaixo o conteúdo publicado no site do Movimento Slow Food no Brasil:

"Comer é fundamental para viver. A forma como nos alimentamos tem profunda influência no que nos rodeia - na paisagem, na biodiversidade da terra e nas suas tradições. Para um verdadeiro gastrônomo é impossível ignorar as fortes relações entre prato e planeta. Além disso, melhorar a qualidade da nossa alimentação e arranjar tempo para a saborear, é uma forma simples de tornar o nosso cotidiano mais prazeroso. Esta é a filosofia do Slow Food.

Fundado por Carlo Petrini em 1986, o Slow Food se tornou uma associação internacional sem fins lucrativos em 1989. Atualmente conta com mais de 100.000 membros e tem escritórios na Itália, Alemanha, Suíça, Estados Unidos, França, Japão e Reino Unido, e apoiadores em 150 países.

O princípio básico do movimento é o direito ao prazer da alimentação, utilizando produtos artesanais de qualidade especial, produzidos de forma que respeite tanto o meio ambiente quanto as pessoas responsáveis pela produção, os produtores.

O Slow Food opõe-se à tendência de padronização do alimento no Mundo, e defende a necessidade de que os consumidores estejam bem informados, se tornando co-produtores.
"É inútil forçar os ritmos da vida. A arte de viver consiste em aprender a dar o devido tempo às coisas." (Carlo Petrini, fundador do Slow Food)
A sede internacional do Slow Food é em Bra, na Itália. O Slow Food opera tanto localmente como mundialmente junto de instituições internacionais como a FAO - Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação. Estabelece laços de amizade com governos em todo o mundo, prestando consultoria para o Ministério da Agricultura italiano, trabalhando com o presidente da câmara de Nova Iorque e colaborando com o governo Brasileiro.

Através dos seus conhecimentos gastronômicos relacionados com a política, a agricultura e o ambiente, o Slow Food tornou-se uma voz ativa na agricultura e na ecologia. O Slow Food conjuga o prazer e a alimentação com consciência e responsabilidade. As atividades da associação visam defender a biodiversidade na cadeia de distribuição alimentar, difundir a educação do gosto, e aproximar os produtores de consumidores de alimentos especiais através de eventos e iniciativas."

         Então, para refletirmos: Como podemos pensar a culinária e a gastronomia com uma visão mais 'holística' (seguindo o estilo 'slow food') em nosso dia-a-dia?